Openhouse – The Life We Share
entrevista com Andrew Trotter

Foto fundadores

Em Junho inaugurámos O Apartamento com o lançamento do terceiro número da revista OPENHOUSE – The Life We Share. Uma exposição fotográfica da Mari Luz Vidal e um jantar de sushi cozinhado pelo chef Nobu marcaram a vinda a Lisboa desta equipa de Barcelona, cujo mote de trabalho são as casas abertas ao público que vão encontrando em todo o mundo.

Andrew Trotter, co-fundador do projeto, contou-nos como tudo começou e o que já conseguiram alcançar e partilhar nos últimos três anos.

O que é que a expressão “Open House” (casa aberta) realmente significa para vocês?

A nossa revista chama-se “OPENHOUSE – The Life we Share” (Casa Aberta – A Casa que Partilhamos”, e para nós é exatamente isso: pessoas que querem dar um pouco, ao invés de apenas receberem.

Eu venho de uma família que viajava muito e passámos muitos anos a viver noutros países. Em alguns sítios, como Itália ou Austrália, as pessoas gostam de ter as portas abertas, toda a gente pode ser convidada para o jantar ou para ficar. Até mesmo a ideia do “agroturismo” em Itália se baseia em ao mesmo tempo que se hospeda alguém numa casa de campo, esse hóspede dá uma ajuda com o que houver para fazer e no fim ainda cozinham juntos. Para mim isso é partilhar. É desfrutar da vida.

Por que é que escolheram fazer uma revista sobre este tema?
A revista surgiu muito organicamente, parecia a coisa certa a fazer naquele momento. Quando me mudei para Barcelona, há quatro anos e meio, fui morar com a minha amiga Mari Luz. No primeiro ano em que vivemos no apartamento dela, que era muito pequeno, eu abri uma loja chamada Openhouse, um projeto que eu queria que fosse sentido como uma casa.

Depois de um ano, a Mari queria mudar de casa e encontrou um apartamento enorme, com tetos altos e muita luz. Ela já tinha partilhado comigo que gostava de pendurar o seu trabalho nas paredes da casa e convidar amigos para espreitarem. Quando vimos o novo apartamento, percebemos que seria o local perfeito para fazer uma exposição à séria e uns meses depois apresentámos o trabalho dela “Mariona y Yo. O sucesso foi tal que o projeto OPENHOUSE acabou por nascer. Pouco tempo depois o nosso amigo Nobu, um chef japonês, veio viver connosco e não demorou muito até que começássemos também a organizar jantares, festas de sushi, concertos, tertúlias.

O que aconteceu ao projeto desde essa altura?

Três anos depois já produzimos inúmeros eventos, seis exposições e mais de quatro mil pessoas já atravessaram a nossa porta. Pouco depois de termos começado, montámos uma rede de contactos, falámos com vários amigos que também tinham projetos similares noutras cidades do mundo e fomos ouvindo o feedback de todos. Um ano e meio depois decidimos que fazia sentido pôr a nossa experiência em papel e fazer uma revista. Neste momento já vamos no volume número 3 e estamos à venda em 350 lojas de todo o mundo.

Atualmente que projetos estão a desenvolver e com quem se têm envolvido pelo caminho?

Agora estamos totalmente focados na revista. Está a crescer tão depressa que temos de alimentá-la e fortalece-la. Contudo, adoramos fazer eventos. Recentemente tivemos um muito bom com vocês em Lisboa e antes tínhamos estado em Londres com a Aesop, em Frankfurt com a PrivateOffSpace e em Berlim com os Freunde von Freunden.

Quais foram as vossas primeiras impressões sobre a nossa ‘casa’?
Vocês têm muita sorte, têm um belo espaço para trabalhar. Aliás, surpreende-me que realmente consigam trabalhar tanto … parece-se tanto com uma casa que eu acho que acabaria por ficar demasiado relaxado a maioria do tempo. Tivemos um grande evento n’O Apartamento, as pessoas que se juntaram a nós foram surpreendentes e vocês trataram-nos muito bem. Esperamos mesmo poder voltar em breve!